18/09/2012
Bancários fecham 5.132 agências em todo o país no primeiro dia da greve
Crédito: Thales Stadler – Seeb São Paulo
Agência paralisada na Avenida Paulista, no coração financeiro de São Paulo
Os bancários fecharam pelo menos 5.132 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados em 26 estados e no Distrito Federal nesta terça-feira 18, primeiro dia da greve nacional da categoria por tempo indeterminado por 5% de aumento real, valorização do piso salarial, PLR maior, mais empregos e fim da rotatividade, melhores condições de saúde e trabalho, mais segurança nas agências e igualdade de oportunidades.
O balanço, feito pela Contraf-CUT com base nos dados enviados até as 17h30 pelos 137 sindicatos que integram o Comando Nacional dos Bancários, mostra que a paralisação começou mais forte que a do ano passado, quando 4.191 agências foram paralisadas no primeiro dia.
PARÁ/AMAPÁ
Primeiro dia de greve geral paralisa agências em todo o Pará
No Pará, a greve nacional dos bancários e bancárias começou com força total. Mais de 50% da categoria resolveu cruzar os braços por tempo indeterminado contra a intransigência dos banqueiros que apresentaram uma proposta rebaixada aos trabalhadores.
“Estamos pedindo 10,25% de reajuste e a Fenaban vem com apenas 6%, sendo que os bancos têm condições de atender a reivindicação da categoria. Se hoje começamos uma greve por tempo indeterminado a culpa é dos banqueiros, sempre estivemos dispostos a negociar de verdade, porém aceitar migalhas, enquanto os executivos ganham milhões, isso não vamos admitir”, destaca a presidenta do Sindicato dos Bancários, Rosalina Amorim.
No principal corredor financeiro de Belém, a Av. Presidente Vargas, apenas uma agência abriu de forma precária. “O
presidente do Banpará trouxe um bancário que trabalha no interior do Pará para trabalhar na capital com pagamentos de diárias. Isso é um absurdo, é querer furar a greve na marra, enquanto que a medida mais sensata e prudente da direção deste banco seria a de apresentar uma proposta decente para o seu funcionalismo”, denuncia a diretora de saúde do Sindicato e funcionária do Banpará, Érica Fabíola.
Segundo a Lei de Greve 7.783/89: “É vedado às empresas adotar meios para constranger o empregado ao comparecimento ao trabalho”. Uma das estratégias usada pelos banqueiros para enfraquecer o movimento é o contingenciamento, por meio do qual obrigam os trabalhadores a furar a greve.
A greve é um direito do trabalhador, garantida pelo Estado, porque é a única forma de o trabalhador exercer pressã
o por seus direitos diante de uma negociação fracassada com o empregador. “Por isso é importante que o bancário ou bancária que sofrer qualquer tipo de retaliação durante ou após a greve, comunique imediatamente a nossa assessoria jurídica para que possamos tomar as medidas cabíveis. Greve é direito garantido na Constituição, e durante esse período o contrato de trabalho fica suspenso, ou seja, ninguém é obrigado a trabalhar”, explica o diretor jurídico do Sindicato e funcionário do Itaú, Sandro Mattos.
Um giro pelas principais agências de Belém confirmou a disposição dos trabalhadores de bancos públicos e privados em lutar por melhores salários e condições de trabalho. Itaú, Caixa, Banco do Brasil, Santander, Banco da Amazônia e Banpará foram alguns dos bancos percorridos durante a manhã desta terça-feira (18).
Greve forte também no interior
Nas regiões Sul, Sudeste e Oeste, a categoria também dá exemplo de luta e mobilização. Cerca de 90% das agências bancárias amanheceram de portas fechadas. Flagrantes feitos pelos próprios bancários comprovam o descaso dos bancos com a segurança de funcionários, clientes e usuários.
“Aqui em nosso Estado a insegurança bancária é gritante, prova de que os bancos, sejam públicos ou privados, não priorizam investimentos nessa área, nem mesmo em regiões onde é registrada a maioria de assaltos a bancos como é o caso do Sul e Sudeste paraense. Na semana passada, o Banco do Brasil em Santana do Araguaia foi assaltado. Exigimos mais segurança dentro das agências bancárias, não queremos que nós e nenhum outro bancário sejamos os próximos alvos dos criminosos”, afirma a diretora do Sindicato, Heidiany Moreno.
A greve da categoria também ganhou destaque nos veículos de comunicação da capital paraense. Nas primeiras horas do dia, a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim concedeu entrevista ao vivo para dois jornais televisivos de grande audiência em Belém, onde explicou para a população os principais motivos da greve e como o cliente e usuário podem utilizar os serviços bancários através da internet, caixas eletrônicos e outros canais alternativos.
Fontes:
Contraf – CUT
Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá
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